Wednesday, September 24, 2008

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Pegada ecológica. Espécie humana vai consumir o dobro do ideal até o ano 2050

"A WWF pisou fundo no conceito de "pegada ecológica" ("ecological footprint", em inglês). É um indicador simples da pressão exercida sobre o ambiente. Representa a quantidade de hectares necessários para sustentar a vida de cada pessoa no mundo. A média é 2,2 hectares, mas o espaço disponível para regeneração ("biocapacidade") é de apenas 1,8 hectare", escreve Marcelo Leite, doutor em Ciências Sociais pela Unicamp, em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, 29-10-2006.Eis o artigo:
"O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) prestou um novo serviço para o futuro do planeta -se é que ele tem mesmo algum futuro. Na última terça-feira, pôs no ar a versão de 2006 do relatório "Planeta Vivo" (
www.footprintnetwork.org/overshoot), que faz mais pelo ambiente global do que muitas exibições de histrionismo verde. Informação, não tanto emoção: a humanidade já retira da Terra 25% mais recursos do que a biosfera pode reciclar.
A ONG pisou fundo no conceito de "pegada ecológica" ("ecological footprint", em inglês). É um indicador simples da pressão exercida sobre o ambiente. Representa a quantidade de hectares necessários para sustentar a vida de cada pessoa no mundo. A média é 2,2 hectares, mas o espaço disponível para regeneração ("biocapacidade") é de apenas 1,8 hectare.
Alguns exemplos: Estados Unidos, 9,6; Reino Unido, 5,6; Japão, 4,4; Brasil, 2,1; China, 1,6; Índia, 0,8. Os três primeiros são devedores; os últimos, credores -usam menos do que a média. Conjuntamente, estão todos sacando a descoberto.
(Antes que alguém venha com o velho argumento condorcetiano/antimalthusiano de que a tecnologia aumenta a produtividade, cabe dizer que isso foi agregado na metodologia do estudo. E que dois pés de soja, por mais produtivos que eles possam ser, não podem ocupar um mesmo pedaço de chão.)
Se nada for feito, é óbvio que vai piorar. Em 2050, a espécie humana estará consumindo o dobro do que deveria. Provavelmente já terá então ocorrido o que se poderia chamar de "crise da dívida ambiental", que vai provocar saudade da crise do petróleo e da crise da dívida externa. Embora haja controvérsias quanto ao bom senso ser de fato a coisa mais bem distribuída do mundo, tudo indica que será preciso recorrer antes disso a ele -por puro pragmatismo.
Seria o caso de começar fazendo com que os inventores do termo "ecochato" engulam a ofensa, inaugurada em 1992, quando se realizou no Rio de Janeiro a Cúpula da Terra.
Sim, a conversa dos verdes sempre foi meio enfadonha, cheia de estimativas catastróficas difíceis de verificar e assimilar. Além disso, tinham e têm uma tendência irritante a insistir. Talvez seja porque têm razão.
Não, a preocupação com o ambiente global não é mero fastio de intelectuais desiludidos com o marxismo, nem último reduto de meia-oitos. Demorou, mas entrou no radar dos economistas, pelo menos dos mais antenados. E até de Al Gore, legítimo produto do establishment americano.
Retrospectivamente, a reviravolta prova que o rótulo de "ecochato", usado para matar a discussão, fazia tanto sentido quanto criticar freqüentadores de estádios de futebol como uns malucos que gostam de ver 22 marmanjos correndo atrás de uma bola. Esse mesmo pessoal com alergia a verde sempre babou por um relatório do Banco Mundial, cujos números apareciam como encarnação da racionalidade. Se o WWF ainda lhes causar urticária, e como a semana foi dos relatórios ambientais, fica aqui a sugestão de outro: "Em desacordo? Expansão Agrícola, Redução da Pobreza e Meio Ambiente nas Florestas Tropicais" (
www.worldbank.org/tropicalforestreport).
O autor principal é Ken Chomitz, economista do Banco Mundial. O volume defende que países ricos invistam na preservação de florestas tropicais, pagando para que países como o Brasil continuem a prestar esse serviço ambiental para o planeta. Até o governo brasileiro já concorda. Só os neochatos ainda não entenderam."

No Vermelho

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A partir de hoje a terra estará no vermelho: 'Exauridos os recursos do ano', alertam os cientistas

A partir de hoje viajaremos com as contas no vermelho e consumiremos mais recursos do que aqueles que a natureza fornece de modo renovável. Estamos comendo o capital biológico acumulado em mais de três bilhões de anos de evolução da vida: nem mesmo uma superintervenção como a do governo dos Estados Unidos para tapar os buracos dos bancos americanos bastaria para reequilibrar nossa relação com o planeta. Dia 23 de setembro é o Earth Overshoot Day [dia da ultrapassagem dos limites da Terra, ndt]: a hora da bancarrota ecológica.
A reportagem é de Antonio Cianciullo e publicada pelo jornal La Repubblica, 22-09-2008.
Dia 23 de setembro é o Earth Overshoot Day, que em 1955 se desencadeou quase dois meses mais tarde. As projeções das Nações Unidas: sem adoção de medidas, em 2050 encerraremos no dia primeiro de julho.
É o dia em que a renda anual à nossa disposição acaba e os seres humanos vivos continuam a sobreviver pedindo um empréstimo ao futuro, ou seja, retirando riqueza aos filhos e aos netos. A data foi calculada pelo Global Footprint Network, a associação que mensura a pegada ecológica, ou seja, o sinal que cada um de nós deixa sobre o planeta retirando aquilo de que necessita para viver e eliminando o que não lhe serve mais, os rejeitos.
O dia 23 de setembro não é uma data fixa. Por milênios o impacto da humanidade, em nível global, foi transcurável: era um número irrelevante no que se refere à ação produzida pelos eventos naturais que modelaram o planeta. Com o crescimento da população (o século vinte começou com 1,6 bilhões de seres humanos e concluiu com 6 bilhões de seres humanos) e com o crescimento do consumo (o energético aumentou 16 vezes durante o século passado) o quadro mudou em períodos que, do ponto de vista da história geológica, representam uma fração de segundo.
Em 1961 metade da Terra era suficiente para satisfazer as nossas necessidades. O primeiro ano em que a humanidade utilizou mais recursos do que os oferecidos pela biocapacidade do planeta foi 1986, mas, daquela vez o cartãozinho vermelho se ergueu no dia 31 de dezembro: o dano ainda era moderado. Em 1995 a fase do superconsumo já devorara mais de um mês de calendário: a partir de 21 de novembro a quantidade de madeira, fibras, animais e verduras devoradas ia além da capacidade dos ecossistemas de se regenerarem; a retirada começava a devorar o capital à disposição, num círculo vicioso que reduz os úteis à disposição e constringe a antecipar sempre mais o momento do débito.
Em 2005, o Earth Overshoot Day caiu no dia 2 de outubro. Neste ano já o adiantamos para o dia 23 de setembro: já consumimos quase 40 por cento a mais do que aquilo que a natureza pode oferecer sem se empobrecer. Segundo as projeções das Nações Unidas, o ano no qual – se não se tomarem providências – o vermelho vai disparar no dia primeiro de julho será 2050. Isto significa que na metade do século precisaremos de um segundo planeta à disposição. E, visto que é difícil levantar para aquela época a hipótese de uma transferência planetária, será preciso bloquear o superconsumo agindo numa dupla frente: tecnologias e estilos de vida.
O esforço inovador da indústria de ponta produziu um primeiro salto tecnológico relevante: no campo dos eletrodomésticos, da iluminação, da calefação das casas, da fabricação de algumas mercadorias o consumo se reduziu notavelmente. Mas, também os estilos de vida desempenham um papel relevante. Para nos convencermos disso basta confrontar o débito ecológico de países nos quais os níveis de bem-estar são semelhantes. Se o modelo dos Estados Unidos fosse estendido a todo o planeta, precisaríamos de 5,4 Terras. Com o estilo do Reino Unido se desce a 3,1 Terras. Com a Alemanha a 2,5. Com a Itália a 2,2.
“Temos um débito ecológico igual a menos do que a metade daquele dos States, mesmo para nossa adesão às raízes da produção tradicional e para a liderança no campo da agricultura biológica, a de menor impacto ambiental”, explica Roberto Brambilla, da rede Lilliput que, junto com a WWF, cuida da difusão dos cálculos do rastro ecológico. “Mas, também para nós a caminhada para o objetivo da sustentabilidade é longa: servem-nos menos obras prejudiciais como a Ponte sobre o Estreito e mais reflorestamento para reduzir a emissão de gás serra e os desmoronamentos”.

Thursday, September 18, 2008

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O Google anunciou hoje que uniu forças com a GE para utilizar tecnologia, informações e recursos empresariais com foco em conduzir mudanças necessárias para habilitar os consumidores com melhores opções energéticas."Vamos nos concentrar na melhoria da produção de electricidade, transporte e distribuição - uma combinação de tecnologias que poderão ser conhecida como "smart grid" informa o Google em seu blog oficial.
A idéia, no entanto, é melhorar a infra-estrutura de energia elétrica através da mais avançada e eficiente rede de tecnologia, resultando em melhores serviços e menores taxas de poluição por dióxido de carbono ao trabalhar no sentido de conservação, evitando assim a rotineira queima de carvão.
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